terça-feira, 28 de abril de 2009

a. ESCRIBAS

Na Bíblia encontramos os escribas redigindo as ordens e mandados reais (II Sm 8:17; II Re 2:11), alistando homens para a guerra (II Re 25:19; Jr 52:25) e sendo considerado como um perito no Livro Santo (I Cr 27:32; Ed 7:6,11,12,21).

No princípio, copiar a Lei e interpretá-la era função específica do sacerdote. Com o passar do tempo, a função se desdobra, entretanto, Esdras era sacerdote e escriba (Ne 8:9).

O escriba como nós o vemos no N.T. apareceu após o exílio babilônico. E por pressão de Antíoco Epifanes, se uniram e se tornaram um bloco político ao lado dos fariseus. Em toda a terra de Israel havia escribas (Lc 5:17), na Babilônia durante o exílio e até em Roma.

Durante o cativeiro babilônico, o judeu recorreu à religião para preservar sua integridade nacional. E por isso, centralizou tudo na Lei. Dedicaram-se a copiá-la e vieram a ser peritos na Lei, doutores da Lei, intérpretes da Lei. Estes comentários foram os alicerces da Mishnah, o Talmud.

Os escribas deram origem às sinagogas e alguns figuravam como membros do sinédrio (Mt 16:21 e 26:3). Alguns, também pertenciam a seita dos saduceus; contudo, a maior parte se alinhava com os fariseus. Entre os escribas alguns se converteram (Mt 8:19).

Os escribas tinham algumas funções, a saber:

a. Preservar a Lei escrita, especialmente no período helenístico, quando o sacerdócio se pervertera;

b. Eram mestres da Lei;

c. Faziam conferências no templo (Lc 2:46; Jo 18:20);

d. Eram “doutores da Lei e cabia-lhes a responsabilidade de administrar a Lei como juízes do sinédrio (Mt 22:35; Mc 14:43,53; Lc 22:62).

b. PUBLICANOS

Eram os rendeiros dos impostos do governo romano, cobradores de impostos.

Em vez de nomear oficiais para a cobrança do fisco, os romano e seus prepostos, à semelhança, de Herodes, punham à venda os privilégios para a arrecadação das rendas públicas, ou parte delas, nas diversas províncias, cidades, vilas e distritos. Às pessoas que concorriam a este cargo deveriam possuir fortes cabedais; porquanto elas se comprometiam a entrar para o tesouro, in publicum, com certa soma e, para isso tinham de oferecer garantias suficientes.

Em alguns casos, por sua vez, os publicanos vendiam os direitos de seu cargo, ou parte deles; e , em outros casos, empregavam certo número de agentes subordinados a eles, para os efeitos da cobrança. Estes sub-coletores das taxas e dos impostos tinham o nome de publicanos, como os denomina o Novo testamento.

Com raras exceções, os publicanos eram conhecidos por extorquirem dinheiro do povo e cobrarem além daquilo que era certo. Por esta razão, todas as pessoas e classes sociais os desprezavam.

Algumas vezes os subordinados, e na maioria dos casos, os colaboradores subordinados a estes, no país conquistado, pertenciam ao povo do lugar. Assim, Zaqueu pertencia ao povo judeus e ao mesmo tempos era o coletor de impostos em Jericó (Lc 19). Assim Mateus, também judeu, era coletor de impostos em Cafarnaum (Mt 9:9; Mc 2:14; Lc 5:27). Este ofício tornava ainda mais odioso aquele de entre os judeus que aceitavam o encargo de agentes do governo romano. A sociedade os repudiavam, tanto em publico como em particular. Uma das acusações contra Jesus é que ele comia com publicanos e pecadores (Mt 9:10-13) e que era amigo de tal gente (Mt 11:19). Eles eram igualados aos pecadores (Mt 9:10, Mc 2:15; Lc 5:30; 7:34) e prostitutas ( Mt 21:31)

Jesus honrou esta classe de homens chamando um para o apostolado (Mt 9:9; Mt 10:3).

Jesus salvou e pôs no apostolado a Levi ou Mateus (Mt 9:9) que era um publicano; comeu com publicanos (Mt 9:10-13), salvou Zaqueu, chefe dos publicanos (Lc 19:1-10); João Batista batizou muitos publicanos (Lc 3:12,13) e não ordenou que deixassem seus trabalhos mas que não cobrassem mais do que o estipulado.

c. CARPINTEIRO

Tanto José (Mt 13:35) como Jesus (Mc 6:3) seguiram o antigo ofício de carpinteiro. Este trabalhador ocupava-se de todas as tarefas de carpintaria exigidas nas operações da edificação, da fabricação de telhados, portas, janelas e escadas. Além destes trabalhos, o carpinteiro também fabricava os instrumentos agrícolas, como arados, cangas e instrumentos de joeirar (II Sm 24:22) ou então tábuas (Is 28:27,28) e máquinas de irrigação. Nas cidades grandes, grupos de carpinteiros que faziam carroças, em tempos de guerra passavam a fazer carros de combate (Ct 3:9).

Os instrumentos especiais dos carpinteiros incluíam um instrumento de marcar (régua), o compasso, a enxó (instrumentos de raspar ou plaina) e serra de ferro (algumas com corte nos dois lados) e pregos, etc.

d. CURTIDORES

O couro, as peles tratadas de ovelhas e cabras, era usado para o fabrico de certas peças do vestuário (Lv 13:48; Nm 31:20) incluindo sandálias e cinturões (II Rs 1:8; Mt 3:4).

As peles costuradas eram especialmente apropriadas para servirem como vasos ou receptáculos baratos de transportar água (Gn 21:14), vinho (Mt 9:17) ou outros líquidos (Jz 4:19).

O couro era raramente empregado para fazer tendas (Ex 25:5, Nm 4:6), mas era comumente usado para artigos militares tais como capacetes, aljavas, peças dos carros de guerra, fundas e escudos, estes últimos bem azeitados para impedir que rachassem ao que deixassem penetrar flechas (II Sm 1:21; Is 21:5).

Visto que o curtimento era uma tarefa mal cheirosa, usualmente era efetuado fora das cidades, onde houvesse abundância de água.

A visita de Pedro a Simão, o curtidor, fora de Jope (At 9:43; At 10:6,32), ilustra até que ponto ele já havia chegado para vencer os seus escrúpulos contra o entrar em contato com aquilo que era cerimonialmente impuro.

e. PASTORES

Pessoa encarregada de guardar rebanhos de ovelhas. Nos tempos bíblicos havia vários tipos de pastores

Havia pastores nômades possuidores de grandes rebanhos que m oravam em tendas; mudavam-se de um lugar para outro à procura de pastagens e de abrigo seguro para as suas manadas. Assim viviam Abraão, Jabal e os recabitas (Gn 4:20; Gn 13:2,3; Jr 35:6-10).

Havia também ricos pastores que habitavam em cidades e cujos rebanhos andavam de pastagens em pastagens ao cuidado dos servos (I Sm 25:2-7; Gn 37:12-17). Às vezes os rebanhos ficavam sob os cuidados de um filho (Gn 37:2; I Sm 16:11) ou de servos jornaleiros (Gn 30:32; Zc 11:12; Jo 10:12). Em geral, os servos eram responsáveis pela perda sofridas, e extravio de ovelhas (Gn 31:39). A lei mosaica isentava desta responsabilidade, sempre que ficasse provado que o prejuízo não fora motivado por negligência (Ex 22:10-13).

O pastor dirigia-se de manhã para o aprisco, onde se achavam recolhidos os vários rebanhos,e chamavam as ovelhas. As ovelhas de cada pastor ouviam a sua voz e seguiam. As ovelhas de outros rebanhos não davam atenção a voz do pastor estranho (Jo 10:2-5).

O pastor levava o rebanho às pastagens, passava o dia inteiro com ele e /ás vezes, até /á noite (Gn 31:40; Ct 1:7; Lc 2:8) defendia-o contra os assaltos das feras e dos ladrões (I Sm 17:34,35; Is 31:4) e impedia que as ovelhas entrassem nas searas, procurava as extraviadas e as recolhia no aprisco (Ez 34:12; Lc 15:4) com grande desvelo cuidava dos cordeirinhos e das que eram fracas (Is 40:11; Ez 34:4,16; Zc 11:9).

Os pastores levavam consigo cobertas que lhes serviam para se resguardarem do frio, uma bolsa com alimentos e armas de defesa (I Sm 17:40; Jr 43:12). Comprida vara de ponta curva como ainda se usa, servia para guiar as ovelhas, obriga-las a se unirem, guá-las e defend/~e-las e também para castigar as desobedientes (Sl 23:4; Mq 7:14; Zc 11:7). Os cães euxiliavam os pastores na guarda dos rebanhos.

f. EUNUCO

Nome de certos indivíduos que serviam em várias funções: camareiros, guardas do aposentos íntimos (Is 56:3; Mt 19:12). Não é muito certo que eles tenham o mesmo significado em todas as pesagens da Escritura. Houve eunucos casados (Gn 39).

Os eunucos tinham alta posição e eram investidos de grande autoridade. O capitão das guardas de Faraó, bem como o seu copeiro-mor e o seu padeiro, eram eunucos (Gn 37:36; Gn 40:2,7).

Homens desta natureza ministravam na corte da Babilônia (Dn 1:3). Serviam na presença do rei da pérsia e ao mesmo tempo exerciam as funções de porteiros (Et 1:10; At 2:21).

Candace, rainha da Etiópia tinha um eunuco como superintendente de todos os seus tesouros, o qual se converteu aos cristianismo e foi batizado por Felipe (At 8:27,37).

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Quem sou eu

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Doutorando em Ciências da Religião (PUC-GO), Mestre em Ciências da Religião (PUC-GO), Licenciatura em Pedagogia (UVA-CE), História (UVA-CE), Matemática (UNIFAN-GO) e Bacharel em Teologia (FACETEN-Ro). Professor de Metodologia do Ensino da Matemática; Metodologia do Ensino das Ciências Naturais; Educação e Cultura; Fundamentos Epistemológicos da Educação e Educação, Sociedade e Meio Ambiente, Filosofia, Ética, Ciências Políticas (FANAP).